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Festival

Festival

Do movimento de três mulheres pretas nasce a GIRA ARA DÚDÚ — FESTIVAL DE DANÇAS NEGRAS. Dandara Marques, Jamila Marques e Renata Mesquita formam o ARA AGONTIMÉ, núcleo pulsante desta ação que tomará a cidade do Recife entre os dias 05 e 08 de outubro de 2023. Nascida para juntar saberes negros performatizados a partir e pelas corpas, esta Gira quer potencializar a cadeia produtiva des artistas dançantes negres em Pernambuco. Vale lembrar: artistas historicamente sub-representades e invisibilizades pelas estruturas e institucionalidades racistas. Ao olhar para estas movimentações — pluriversas, convergentes e divergentes — reconhecemos inúmeros rizomas de re-existências, gestos que enfrentam a opressão diária, tentativa histórica de nos exterminar e desumanizar.

Neste Festival, que da língua yorùbá assume seu nome [Ara Dúdú|Corpos Negros], aglutinaremos diversas formas de ler as danças negras, vivenciando-as criticamente por intermédio de giras de saberes, performances, espetáculos, oficinas, grupos de experimentos dançantes [os GED’s], videodanças e apresentações de pesquisas nesta área. 

A realização da primeira edição do Festival, agora em 2023, está sendo possível a partir de recursos provenientes do Fundo de Cultura do Estado de Pernambuco|Funcultura-PE e do Sistema de Incentivo à Cultura da Cidade do Recife|SIC-Recife. Desta forma, dezenas de profissionais estão mobilizades, dentro e fora de Pernambuco, para cumprir este aquilombamento: artistas negres trançando memórias e articulando modos de se movimentar afroperspectivamente. 

Como temática temos: “O que o corpo negro come?”. Refletir sobre as nutrições do corpo desde o nascer, seus deslocamentos nas tessituras e dramaturgias do existir e, ainda, como são moldados e incorporados padrões que violentam nossas vidas e adoecem nossos corpos, é o que queremos. E faremos!

A Gira Ara Dúdú — Festival de Danças Negras é desejo antigo, fruto de trabalho coletivo, arregimentado pela matripotência de três mulheres que dedicam suas vidas à dança. Elas formam o Ara Agontimé, corpo onde está assentada essa Gira. Que vai rodar!  

Ara Agontimé

Ara Agontimé

SOBRE NÓS E NOSSAS TRANÇAS.

Sou Jamila Marques. Sou Renata Mesquita. Sou Dandara Marques.

Nós somos ARA AGONTIMÉ: reunião de três mulheres negras que dançam seus percursos de vida. Nós, juntas num só corpo [ARA] para dinamizar a existência nesta sociedade que quer nos interditar. Dançar aqui é múltiplo gesto — político, poético, histórico, teórico, de pensar, de agir — mas não vamos dividir. Corpo é templo coletivo, entidade espiralar onde confluem o que se vê e o que não; passado, presente e coisas que virão; olaria de partituras e gritos. Espiraladas, estamos presentes. Matripotentes!

Matripotência: NÁ AGONTIMÉ. Rainha-Mãe do Antigo Daomé. No Brasil foi Maria Jesuína e funda, no Maranhão, a Casa das Minas. Mulher negra em diáspora, articuladora, lugar de força… ARA AGONTIMÉ! Eu, Jamila Agontimé. Eu, Renata Agontimé. Eu, Dandara Agontimé. Corpo da Rainha-Mãe Agontimé. Corpo-Substância da Rainha-Mãe Agontimé. Tronco da Rainha-Mãe Agontimé.

Somos três e uma, como Èṣù Igbá Kẹ́ta. Da cabaça de Jamila chegam experiências em dança, gestão, literatura e a pesquisa acadêmica “Ara Ìrántí: Raízes Ancestrais”. Investigo, em oralidades e oralituras, a ancestralidade de famílias negras, memórias que dançam. Dandara, no seu Igbá, traz ervas sagradas de sua pesquisa “Ewébẹ̀ Mímọ́”: uno dois territórios na diáspora africana e seus saberes, manejos e usos das folhas. Eu, Renata, na minha cabaça pergunto: “Que Negras são essas nos Afoxés?”. É o título de meu estudo e mais: investigo o processo de autoafirmação e fortalecimento racial de mulheres negras integrantes dos Afoxés da Região Metropolitana de Recife. Estamos, assim, trançadas. Ara Agontimé tem tendência a rio que ao receber afluentes segue sendo o mesmo de sua nascente; e ademais é outro.

A Gira Ara Dúdú nasce de nós: somos, assim, um Festival de Danças Negras! Reuniremos corpos negros dançantes pra saber: O que o corpo negro come? Voltamos a Èṣù e o Festival nasce deste cruzo. O que Èṣù devolve depois de ter comido é sempre algo maior, divergente e sempre-nunca a mesma coisa. Vamos girar pra saber quem a gente é. E onde a gente está. Até já!

Chamamento

Chamamento

A GIRA ARA DÚDÚ — FESTIVAL DE DANÇAS NEGRAS ABRE CHAMAMENTO PÚBLICO PARA SUBMISSÃO DE PROPOSTAS. QUEM QUER VIM PRA BAIXO DESSE ALÁ? 

Anunciamos um Chamamento Público para quem deseja apresentar propostas e entrar conosco nessa Gira, neste Festival de Danças Negras. Nós, que nos pautamos pela pluriversalidade das expressões dançantes negras, intentamos, assim, um painel, um caleidoscópio, um panorama onde múltiplas corporeidades se reconheçam, se estranhem, se entranhem, se dancem. No regulamento do Chamamento, você, artista dançante negre, tem todas as informações necessárias para submeter sua proposta e ser presença ativa nessa Gira: partícipe, corpo/a/e embaixo desse Alá, aberto/a às bençãos do grande Bàbá Funfun, o operador de vazios, a grande biblioteca de tudo. Mas… O que é mesmo o Alá de Òrìsànlá? E por que ele nos inspira para fazer este Chamamento?

Orisa Nlá… A maior entre todas as divindades, o Grande Orisá! O Alá, infinito pano branco e diáfano que delimita todas as fronteiras, é uma de suas insígnias, símbolo maior do Grande Obá [rei] que acolhe suas filhas/os/es e lhes dá proteção. É, ainda, a sinalização do nosso compromisso com a coletividade. Então, saudemos Òrìsànlá, a Divindade da criação, o escolhido por Olodumare para ser o início e o fim de todas as coisas; o eixo a partir do qual tudo gira; o Oleiro Divino, Àjàlá, que cria todas as cabeças, as boas e ruins. Obàtálá, que acolhe todes embaixo do seu grande manto branco [funfun], que nos alerta para a dança comunitária da vida. Ele, filho dileto de Olorun, chamado para ser o coreógrafo da existência. 

Para a cultura yoruba, nossos corpos/as/es são as primeiras obras de arte a habitar este mundo. Em sua olaria, pacientemente, vagarosamente, Òrìsànlá produz os/as ènìyàn, as pessoas que vão habitar a Terra [Ayé] – esta, por sua vez, criação de Oduà, contraparte feminina do Grande Orisà. Nesta dança de contrários, a vida se estabelece, o Tempo se instala e o Alá dá conta de nos alertar: agora Ọrùn e Ayé. plano celestial e plano terrestre, o tangível e o intangível, matéria e espírito se reconhecem como realidades complementares, mas não opostas. A Gira é o lugar onde estes mundos se tocam, se visitam. Orisá nos toma e dança. Lembremos!

Assim, assentadas nessa compreensão metafísica da Gira, te convidamos para estar conosco neste Festival. Os documentos necessários estão aqui listados e querendo trocar uma ideia conosco é só deixar uma mensagem para nós em nosso Instagram [@giraaradudu] ou email [giraaradudu@gmail.com].

Chamamento

Preceitos da Gira Ara Dúdú

Formulário de Inscrição Mostra Negra de Videodança

Formulário de Inscrição Giras de Experimentos Dançantes (GED’s)

Resultado chamamento

Programação

Programação

A programação estará disponível em breve.

Equipe

Equipe

Dandara Marques
Realizadora, Co-gestão Ara Agontimé
@dandaraomarques

aline sou
Equipe de Comunicação – Gestão de Redes Sociais
@4lin3s

Aline Guimarães
Design/ Artista Visual
@lineaaaa_

Sophia William
Curadora
@sophiawilliam

Jamila Marques
Realizadora, Co-gestão Ara Agontimé
@jamilaomarques

Daniel Lima
Equipe de Comunicação – Assessoria de Imprensa
@daniel_sal94

Sérgio Lelo
Desenvolvimento do Site/Arte e Tecnologia
@sergiolelo

Diogo Lins
Curador

Renata Mesquita
Realizadora, Co-gestão Ara Agontimé
@mesquita.renata

Marconi Bispo
Equipe de Comunicação
@marconi.bispo

Rennan Peixe
Audiovisual
@rennanpeixe

Paulo Ferreira
Contador – Administrador de Projetos
 @duocontrecife

Contatos

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E-mail: giraaradudu@gmail.com

Instagram: @giraaradudu